O que é EDUCAÇÃO FÍSICA?

Viabilizar (à aluna / ao aluno) a aprendizagem referente a conhecimentos específicos sobre o movimento humano que permita-lhe, individual e intencionalmente, (1) a utilização de potencialidades para movimentar-se, genérica ou especificamente, de forma habilidosa e, em correspondência, (2) a capacitação para, em relação ao meio em que vive, agir (interagir, adaptar-se, transformar ...), na busca de benefícios para a qualidade de vida.
Mariz de Oliveira, G. Da educação física a Cinesiologia Humana. MOVIMENTAR-SE, ano 3, n.2, 2006

domingo, 19 de setembro de 2010

CORRER DESCALÇO: A NOVA ONDA DA MODA

As empresas de material esportivo estão em fervorosa. Recentemente, foram publicados dois artigos em revista internacional de grande renome (NATURE) cujo um dos título é: BAREFOOT RUNNING STRIKES BACK (corrida descalço revida). O outro artigo leva o seguinte título: “Foot strikes patterns and collision forces in habitually barefoot versus shod runners.” Sendo que, neste artigo, os autores também evidenciam que correr descalço diminui o tempo de impacto no solo.

A polêmica começou em janeiro com a publicação desses dois trabalhos. Abaixo temos a explicação de um dos autores:

“Existem 3 tipos de corredores. Os que pisam com o calcanhar (75% a 80% dos casos), os que pisam com a “ponta do pés” (velocistas) e os que utilizam um meio termo (mid-foot striking). Nosso corpo foi criado, originalmente, para correr descalço. Prova disso é que nossos ancestrais, quando iam correndo atrás da caça, o faziam sem a utilização de calçados. Dessa forma, nosso corpo teve que se adaptar a esse estímulo (os autores acreditam que foi a partir daí que o arco plantar apareceu). Além disso, quando os homens da caverna corriam, eles utilizavam a parte medial do pé ou corriam com a ponta dos pés.”

Isso, segundo os autores, pode ser visto até hoje em crianças da tribo Kalenjin no Quênia (vale lembrar que é desta tribo que surgem os maiores corredores das provas de endurance).

Segundo os autores, quando corremos utilizando o meio do pé ou, ainda, a ponta, aproveitamos melhor a força elástica acumulada nos músculos e em nosso tendão calcâneo (qualquer semelhança com os benefícios do treinamento pliométrico, neste caso não é mera coincidência).

Porém, com o mundo moderno e suas comodidades, o tênis passou a ser uma anexo quase que obrigatório de nosso vestuário. O grande problema dele (ainda segundo os pesquisadores) é que seu conforto pode aumentar a incidência de lesões !!!

Não prezado leitor, vc não leu errado. Aquele tênis de 800,00 reais que praticamente fala e corre sozinho pode, na verdade, oferecer uma falsa promessa. Os autores explicam:

“Os calçados esportivo, apesar de serem confortáveis e gerarem maior estabilidade podem, na verdade, aumentar o risco de lesão. Isso ocorre por que corredores que usam calçados tendem a realizar maior dorso flexão plantar e, com isso, apóiam em demasia o calcanhar no chão o que aumenta o impacto na ordem de 1,5 a até 3x o peso corporal.”

Apesar dessa teoria ainda não ser consenso, os números não mentem. O índice de lesão, segundo dados da literatura em corredores de longa distância fica entre 19% e 79%.

Agora, o entendimento dessas informações fica a seu critério. Caso queira maiores detalhes, as referências completam estão abaixo. Vamos apenas torcer para a próxima moda não incluir corrida plantando bananeira.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JURGENS WL. Barefoot running strikes back. Nature. 463; 433-4, 2010.

LIEBERMAN DE, et al. Foot strike patterns and collision forces habitually barefoot versus shod runners. Nature. 463; 531-535, 2010.

fonte: http://www.alexandrelevangelista.com.br/2010/08/11/correr-descalco-a-nova-onda-da-moda/

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